São Paulo pariu uma noite prematura. Desde cedo, as nuvens insistiam em ocultar o sol e cobrir a cidade de água. Como choveu! Nas ruas inundadas, pedestres e sacos de lixo flutuavam, perdidos. E como já virou moda na cidade, basta cair a primeira gota para: 1) o trânsito piorar; 2) os semáforos enlouquecerem e 3) os telefones surtarem. Alguém sabe o motivo de tamanho atraso tecnológico? Que aconteça uma vez, ok. Mas sempre? Os impostos, taxas, tarifas e por foras que pagamos não dão conta dessa tecnologia?
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Vejo na TV uma reportagem com a família da moça de Heliópolis, vítima de uma bala perdida e hipotético pivô do quebra-quebra da semana passada. Como uma daquelas bonecas russas que escondem outra boneca russa, a história da menina morta é uma coleção de tragédias cotidianas. A menina tinha 17 anos, cursava o supletivo e trabalhava pra sustentar a filha de 1 ano e 8 meses. Ou seja, engravidou aos 15! O pai da bebê é um ajudante de pedreiro, com cara de quem só agora pode tirar a carteira de motorista. A mãe da morta veio com a filha do Ceará para São Paulo há 15 anos, deixando lá o irmão gêmeo da moça - um filho abandonado no caminho, uma escolha de Sofia sem glamour de Meryl Streep. E a moça, cuja história repete a de tantas outras iguais a ela, entrou para o noticiário como pivô de uma refrega.
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Gilberto, o Alcaide, bateu o martelo. A próxima parada GLS (e mais todas as letras que queiram somar à sigla, incluindo o A de assexuados e o I de impotentes, que também são filhos de Deus) vai ser mesmo na Avenida Paulista. Cabe aos organizadores evitarem os transtornos deste ano - como a ambulância sem noção, em frente ao MASP, e o policiamento precário. Até onde se saiba, o cigarro não estará proibido no evento.
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"Up, Altas Aventuras" é desenho pra adulto. Fala de amor, morte, ausência, saudade e aprendizado, não importa a idade. Mas as crianças curtem bastante. Talvez elas não captem a trama toda, mas o essencial elas pegam. E tem aquele cachorro bobão, que é uma coisa! Só faltou um vilão mais elaborado.
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Parece complicada a situação da brasileira acusada de matar a filha de 2 anos na Itália. A avó da menininha, uma cabeleireira carioca, está atordoada. "Eu não criei uma assassina", ela declarou aos jornais. Mas quem cria?
Mário,
ResponderExcluirPara de reclamar. Chuva é coisa de deus, faz bem para as plantas, para a natureza. E com os alagamentos, as criancinhas pobres podem brincar como se estivessem na piscina, boiando nas pororocas. Em vez de reclamar, coloque seu vaso de avencas para tomar um banhinho...
Que coisa mais tia véia, "avenca".
ResponderExcluirOu de romance inglês... "Avencas na Charneca"
Prefiro as águas de uma charneca! Aliás, não morrerei antes de conhecer uma! Amo essa palvra, charneca.
ResponderExcluir"oh, mrs stevenson, sua charneca é um manancial de delícias!"
ResponderExcluire ainda chove. beijos, pedrita
ResponderExcluirAna,
ResponderExcluirCharneca é uma palavra onomatopaica que lembra safadeza, né não? charneca, charneca, charneca...
Não vou entrar no debate da charneca, porque não sei o que é tb não vou pesquisar, estou com preguiça.
ResponderExcluirAs pilulas de vida eu conheço, lembra o cheiro de leite de rosas, do meu pai me dando emulsão de Scott (óleo de fígado de bacalhau) na hora do almoço, embalagem cor-de-rosa de talco, minâncora, groselha, creme de arroz colombo, biscoitos duchen e por aí vai.
Como a gente já passou por coisas, somos antigos.
Antigos, não.
ResponderExcluirVintage. É um termo mais in.
Essa semana eu lembrei de drops dulcora.
Acho o termo vintage é fashion-brega, ser antigo é muito mais digno.
ResponderExcluirAcho interessante pensar que as décadas eram vividas de forma diferente pelos grupos sociais, antes da comunicação de massa.
Eu acho que quando era década de sessenta nas regiões ricas de São Paulo, ainda era a do final dos quarenta, nas proximidades da Guapira e do Jaçanã.
parece que eles comemoraram 1975 a semana passada, lá pros lados do pós-tietê.
ResponderExcluiré claro que vintage é fashion-brega, ester. por isso, é engraçado. mas não é pior que "seminovo", pensa.
Charneca = banhado (+ chique) ou brejo (muito tupiniquim). Aprendi nos 'livros' de Barbara Cartland! Chiquitérrima, avó ou bisavó de Lady Di. Engraçado, nos livros do Tolstó não tem charnecas. Será por isso que li uns poucos do rapaz? Em tempo: pelo andar da carruagem, estamos ainda em 1984!
ResponderExcluirÉ Mário, as cidades brasileiras passam por um processo de desestruturação muito grande, aí, já viu quem sofre mais... Gostei da polêmica sobre "charneca". Saudações, Edi
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirObrigada, Ana, por decifrar o enigma, não li Miss Cartland, pelo visto perdi muita coisa.
ResponderExcluirMas ajá gora posso dizer que a vaca foi para a charneca(rs)
Imperasse ainda a pornochanchada, poderíamos criar o roteiro do pornô-cabeça "Charnecas na Chechênia"... hein, hein, hein?
ResponderExcluirCom uma perua inglesa na banheira lendo Tolstói?
ResponderExcluirCabeça demaiis esse título, nada que lembre o clássico "A colegial que levou pau".
ResponderExcluirAna, faz muito tempo que vc não vê um filme erótico para adultos (como diz a Leila Lopes ao definir um pornô). A perua inglesa pode estar chamando o Tolstói pra fazer um dostoievski bem gostosinho... mas ler, nunca.
ResponderExcluirFlora Gussonato, quanta honra!!!! Vc não pode ignorar o igualmente clássico título "O beijo na aranha da mulher".
Entre as produções gays, os melhores títulos, disparado, são "Abrindo o próprio negócio" e "Me atirei no pau do gato" - esse deve ser sobre pedofilia, não sei.
Fui eu que escrevi esse comentário genial (rs). Não sei como entrou na conta da Flora, ela estava usando o computador antes de mim, acho que foi por causa isso.
ResponderExcluirMas ela gostou do seu comentário e promete passar a frequentar.
aaaaaaaaaaahhhh... a presença (ilustre) da Flora reduziria bastante a idade média do público frequentador... rs rs...
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