
Morreu Farrah Fawcett. Morreu exatamente como viveu: na hora errada. Farrah estrelou um seriado de sucesso; tentou carreira no cinema; até casou-se com um astro. Mas foi tudo na base do desafino. Ela largou o seriado As Panteras no auge. Sua carreira no cinema atingiu a estatura dos vôos de galinha. E quando juntou sua escova de dentes à de Ryan O’Neal, ele nem lembrava o bonitão que tinha sido nos lovestóricos anos 70.
Farrah fez tudo como manda o figurino, mas a revista da qual ela copiava o modelo era velha... Finalmente, depois de uma tormentosa luta contra o câncer, na qual se expôs com rara coragem, Farrah morreu. Tinha 62 anos e fama suficiente para garantir notícia no mundo inteiro – mesmo que com um toque de nostalgia. Mais uma vez, Farrah errou o timing. No fim do dia, morreu Michael Jackson – e a Pantera desceu pro rodapé dos sites de notícia.
Michael Jackson, o esquisito genial – e bota “esquisito” e “genial” nisso – morreu como viveu: surpreendendo. E assim como surgiu precocemente para o mundo da música, saiu dele ainda jovem, com 50 anos, e sem a luta pública contra uma doença grave (não vamos falar no seu estado mental ou no estado de sua pele, bombardeada por um branqueamento animalesco – sem mencionar as plásticas que deram ao seu rosto um aspecto degradante).
Michael marcou minha adolescência. Até hoje, quando ouço “Ben”, lembro das meninas da minha classe, no Cefranco, chorando copiosamente – por que as meninas choravam daquele jeito? Pior foi descobrir, anos depois, que a música falava de um ratinho. De todo modo, Michael e seus irmãos eram um sucesso tremendo. Já adulto, jovem adulto, Michael nos ensinou a dançar aquela dança estranha – e Thriller fez história. Até hoje, é um disco genial. Até hoje, as primeiras gravações de Michael pela Motown são sensacionais.
Até hoje, Michael roubou a cena. Tirou de Farrah Fawcett a chance de um brilho póstumo. Apagou-se a loira que espalhou pelo mundo aquele corte de cabelo cheio de recortes e picos e volteios – seus fãs, certamente, erguerão altares e acenderão velas por ela. Mas os de Michael... aqueles anônimos que viviam de imitar os passos deslizantes do artista.... esses continuarão por aí – assim como os que imitam Chaplin e Marilyn. Rascunho póstumo de Dorian Gray, Michael continuará, como um fantasma que rejuvenesce a cada dia.
Farrah fez tudo como manda o figurino, mas a revista da qual ela copiava o modelo era velha... Finalmente, depois de uma tormentosa luta contra o câncer, na qual se expôs com rara coragem, Farrah morreu. Tinha 62 anos e fama suficiente para garantir notícia no mundo inteiro – mesmo que com um toque de nostalgia. Mais uma vez, Farrah errou o timing. No fim do dia, morreu Michael Jackson – e a Pantera desceu pro rodapé dos sites de notícia.
Michael Jackson, o esquisito genial – e bota “esquisito” e “genial” nisso – morreu como viveu: surpreendendo. E assim como surgiu precocemente para o mundo da música, saiu dele ainda jovem, com 50 anos, e sem a luta pública contra uma doença grave (não vamos falar no seu estado mental ou no estado de sua pele, bombardeada por um branqueamento animalesco – sem mencionar as plásticas que deram ao seu rosto um aspecto degradante).
Michael marcou minha adolescência. Até hoje, quando ouço “Ben”, lembro das meninas da minha classe, no Cefranco, chorando copiosamente – por que as meninas choravam daquele jeito? Pior foi descobrir, anos depois, que a música falava de um ratinho. De todo modo, Michael e seus irmãos eram um sucesso tremendo. Já adulto, jovem adulto, Michael nos ensinou a dançar aquela dança estranha – e Thriller fez história. Até hoje, é um disco genial. Até hoje, as primeiras gravações de Michael pela Motown são sensacionais.
Até hoje, Michael roubou a cena. Tirou de Farrah Fawcett a chance de um brilho póstumo. Apagou-se a loira que espalhou pelo mundo aquele corte de cabelo cheio de recortes e picos e volteios – seus fãs, certamente, erguerão altares e acenderão velas por ela. Mas os de Michael... aqueles anônimos que viviam de imitar os passos deslizantes do artista.... esses continuarão por aí – assim como os que imitam Chaplin e Marilyn. Rascunho póstumo de Dorian Gray, Michael continuará, como um fantasma que rejuvenesce a cada dia.