É fato conhecido dos seguidores deste blog que futebol não é a minha praia. E que o Palmeiras está a séculos-luz de minha simpatia (apesar dos bons amigos palmeirenses que tenho... bom, eu tenho até amigo que torce pra Portuguesa... mas, voltando). Apesar desse referencial que não me credencia a discutir o tal do esporte bretão, não deu pra ficar indiferente à demissão sumária do Muricy Ramalho esta semana. Cabe acrescentar que não conheço, não sou amigo nem fã do Muricy. Mas, pela primeira vez, me dei conta que o único cargo levado a ferro e fogo no Brasil é o de técnico de futebol. No resto, impera o jeitinho.
Tenta lembrar da sua última escorregada no trabalho. O chefe acabou perdoando. Deu bronca, de repente ameaçou com demissão... mas mandar embora, não mandou. Quando cometemos uma infração de trânsito e somos apanhados pelo guarda, fazemos aquele olhar de gato de botas do Shreck - quando não apelamos pra outros métodos mais convincentes - e esperamos sair ilesos da multa. A prática do "então tá" é a regra que o brasileiro mais leva a sério. Menos no futebol.
Os políticos contam com nossa falta de rancor. O governador preso de Brasília, por exemplo. Não era a primeira maracutaia em que ele aparecia, protagonista. Entretanto, a patuleia candanga compareceu às urnas e sapecou votos no Arruda. O resultado só serviu para termos o ineditismo de um governador preso em pleno exercício do mandato. Mas o emprego mesmo, ele ainda não perdeu. Só o Muricy.
E o Dunga, né? Qualquer resultado insatisfatório da Seleção e já tem nego pedindo a cabeça do Dunga. O técnico de futebol é o guardião da nossa seriedade, é o mantenedor perpétuo da nossa tolerância zero. Três derrotas e o técnico vai pro paredão e eu desconfio que até pra tirar as fotos da família da sala, ele tem alguém vigiando. Afinal, um profissional capaz de tamanha incompetência não é de confiança. E devolve o cartão do estacionamento vip!
Será que poderíamos aplicar esse rigor com quem merece? Já demos impeachment num presidente e, agora, volta e meia, tem alguém sugerindo impeachment até de síndico de prédio. Transformamos uma extirpação radical numa palmatória, como se fosse tudo simples assim.
Não estou aqui defendendo a demissão sumária de qualquer picareta que ganhe um cargo político e se mostre, no exercício do mandato, um pilantra de marca maior. Há processos, investigações, julgamentos. O que não pode é encarar essas coisas como um desfile de escola de samba, muito brilho, muito barulho, uns peitos de fora e umas bundas sacolejantes - e tudo acaba na dispersão. Até técnicos de futebol merecem um julgamento justo. Ou não? A discutir.
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ResponderExcluirA diferença entre eu e Muricy é que ele ganhava quinhentos mil reais por mês. Eu trocaria a "condescendência" de todos os ex-chefes por uma faca no pescoço a cada jogo, desde que ganhasse um salário desses.
ResponderExcluirMuricy foi a contragosto para o Palmeiras, o uniforme verde nunca lhe caiu bem. Mas é um personagem interessante, é cáustico, quando estava no São Paulo suas entrevistas eram divertidas. Tomara que se saia bem em outro time.
Agora, só estão faltando esquartejar, salgar e distribuir os pedaços do Arruda pelo eixão de Brasília. Que exagero, estão lhe negando direito a liberdade, quem queria se livrar dele estava com muita raiva mesmo, deve querer excomungá-lo até a vigésima geração. A casa do Arruda caiu, mas acho que não é bom rasgar a consituição e o código penal por causa disso.
Arruda tá sendo o boy de piranha de algum interesse escuso. Porra, é triste demais desconfiar até quando um salafrário é preso.
ResponderExcluirMário Viana, cada dia mais surpreendente... falando de FUTEBOL! E eu que pensava que vc nem sabia distinguir um impedimento de um penâlti, olha que injustiça.
ResponderExcluirMe penitencio!
Agora, Mário, se todo mundo que levasse um pé na bunda e fosse execrado levasse a bolada que o Muricy levou (deve ter multa contratual também, no valor de uma meia megassena), até que dava pra consolar.
Agora, assumindo (orgulhosamente) meu lado Gavião da FIEL,acho que técnico de porco e de bambi (que ele foi muito), tem mais é que se danar. (que me desculpem meus amigos palmeirense e são-paulinos, mas... é irresistível!)
O Arruda é outra história. Salafrário comprovado, o povo de Brasília acredita nas lágrimas de crocodilo e reconduz a peça. Olha o que deu. Será que vão (vamos) aprender? Parece que não, tão dizendo que vai voltar o Roriz em Brasília, que tem ficha corrida idêntica.
Quando vamos mudar essa putaria toda?
Tá na hora, tá na hora, demorô...
bjs
Pois é, Neusinha, eu sou um multifacetado parcial. Mas devo corrigir: em nenhum momento tive peninha do Muricy, não. Ele e Rogério Ceni são duas figurinhas que não passam pelo meu controle de qualidade...
ResponderExcluirO que seria do azul se todos gostassem do amarelo, não é? Saudações são-paulinas de uma fã do tri-campeão Muricy e do Ceni pra vc, Mário, e pra Neusinha. beijos, Fernandinha
ResponderExcluirFernandinha!!!!! Que chique! Pena que a gente discorde do Ceni... rs rs... Eu acho ele bonzinho. Sabe o bonzinho? Então. Mala. Todo bonzinho, sei não...
ResponderExcluirMV falando de futebol só poderia mm chamar desgraça! rs
ResponderExcluirO que me choca mesmo neste país furreca (mas q amo!) é que enqto Muricys, Cenis, Arrudas, etc. ganham horrores por pouca coisa, a patuleia se mata em guerras estúpidas nos arredores de estádios... Triste trópico assolado pelos raios UV...
Em tempo: O Ceni não é apenas uma mala; ele é o próprio check-in!